Contaminante 2: Óleo
A maioria dos compressores de ar utiliza óleo para lubrificar e resfriar no estágio da compressão. Durante a operação o óleo lubrificante degradado é transportado para a linha, atingindo o sistema de ar comprimido. Sua mistura com o vapor de água resulta em uma emulsão ácida que causa danos no sistema de armazenamento, na distribuição do ar comprimido, nos equipamentos e no produto final. Por esta razão é tão importante eliminar o óleo da rede.
Como retiramos o óleo contaminante do ar comprimido?
• Óleo líquido e aerosol
Para estes casos também utilizamos filtros coalescentes com meio filtrante em microfibra de borossilicato. É o mesmo filtro utilizado para o particulado.
Dependendo do grau de filtração poderemos reter de 0,5 até 0,0001mg/m3 de residual de óleo (tanto líquido quanto aerossol). O pré filtro normalmente retém óleo líquido e o pós filtro, aerossóis de óleo.
Exemplo
Vamos imaginar um arraste de óleo baseado nas informações já elencadas:
Após esta demonstração de cálculo do arraste do óleo, podemos ter este valor na maioria das indústrias sem fazer nenhuma conta.
Perguntemos quanto de óleo o lubrificador dos compressores completa por período para manter o nível máximo no cárter do compressor. A resposta virá medida em volume por tempo.
Como funciona o filtro coalescente?
Para entender melhor o que é coalescência e como o filtro coalescente funciona, veja a imagem abaixo:
Nesta imagem vemos que tudo acontece ao mesmo tempo dentro dos filtros coalescentes:
- Retenção: o particulado e/ou óleo encontram uma barreira e são parados pela microfibra do elemento filtrante
- Coalescência: na microfibra as gotículas de óleo se juntam por atração formando uma gota maior com um peso maior
- Arraste: como estas gotas são mais pesadas, elas vão arrastando as menores da microfibra para manta do elemento filtrante
- Gravitação: após o arraste do líquido para manta do elemento por gravitação, o líquido vai para o fundo do elemento para ser drenado
Nota: para que o filtro coalescente seja eficiente, o dreno deve estar em perfeito funcionamento, limpo e desobstruído, pois do contrário, o que se pretende eliminar fica dentro do sistema!!!
• Vapor de óleo
Da mesma forma que ar atmosférico, o ar após a compressão por compressores lubrificados contém vapor de óleo.
Esse vapor chegará aos sistemas de ar comprimido causando odores (cheiro de óleo). Consequentemente, esses vapores contaminarão determinadas aplicações, como por exemplo:
- ar comprimido em contato com alimentos, medicações ou cosméticos
- ar comprimido em sistemas de respiração, como em hospitais
- ar comprimido mandado para respiração em processos de jateamento ou limpeza interna de reservatórios/esferas
Para eliminar o vapor de óleo presente no ar comprimido utilizamos filtros de carvão ativado moído, aumentando a área de contato. Este carvão tem poros do mesmo tamanho das moléculas de vapor de óleo que faz a adsorção (retenção das moléculas nos poros).
Os filtros de carvão duram em torno de 1000 h @21ºC. menos do que os coalescente. Precisam de sistemas de pré/pós filtragem e ar seco antes deles. Desta forma conseguimos, portanto, umas concentrações de vapor de óleo após os filtros de carvão ativado na ordem de <0,003 mg/m3.
Post publicado em hb-arcomprimido.com